Síndrome do Desfiladeiro Torácico

A Síndrome do Desfiladeiro Torácico é uma entidade clínica controversa, pois tanto o quadro clínico quanto as causas são variáveis. Portanto, não há critério ou teste confirmatório definitivo. Assim, há ampla divergência em relação a sua incidência com relatos variando entre 3 a 81 casos por 1.000 habitantes.

O desfiladeiro torácico compreende o espaço de transição entre o pescoço e a cavidade torácica. Ele é delimitado pela clavícula, primeira costela e os músculos escalenos anterior e médio no pescoco. Por ele passam a artéria e veia subclávia e o plexo braquial (conjunto de nervos que vao para o braço).

Existem diversas causas que podem diminuir o espaço do desfiladeiro torácico, causando compressão das estruturas que o atravessam. Entre essas causas podemos citar uma costela a mais (costela cervical) , alterações adquiridas ou congênitas da primeira costela, fusão na inserção dos músculos escalenos ou bandas fibróticas.

Quadro Clínico

O paciente normalmente se queixa de dor, dormencia e paresia no membro acometido, tipicamente com piora com a elevação do braco.

Caracteriza-se por dor na região lateral do pescoço, ombro, axila, região paraescapular ou porção medial do braço, que tipicamente piora com uso repetitivo e elevação. Podem ocorrer formigamentos ou dormência na região do antebraço e mão. Pode ocorrer déficit motor da musculatura da mao. Podem ocorrer, também, alterações de cor e temperatura no membro afetado.

A forma Neurogênica Inespecífica é a mais comum. Caracteriza-se por dor crônica, de intensidade muito maior que na forma Clássica, porém com poucos achados neurológicos objetivos. O exame físico normalmente é dificultado pelo quadro álgico com tendência a defesa mediante a manipulação do braço afetado. 

As formas vasculares são mais comuns em adultos jovens e geralmente ocorrem após exercícios físicos extenuantes. Na forma Vascular Venosa o paciente pode apresentar edema e cianose no membro afetado, engurgitamento das veias do ombro e tórax e cursar tipicamente sem dor. Podem ocorrer alterações neurológicas secundárias ao comprometimento simpático como alterações de cor e temperatura.

Na forma Vascular Arterial o paciente pode se queixar de frio, dor difusa e fadiga no membro superior. Entre os sinais podemos observar diminuição da temperatura, palidez, cianose, pulsos diminuídos ou ausentes e em casos avançados pode ocorrer gangrena nos dedos.

Exames Complementares

Nas formas vasculares o diagnóstico pode ser feito com arteriografia ou venografia

A Eletroneuromiografia na forma Neurogênica Clássica típica demonstra alterações motoras dos nervos ulnar e mediano e sensitivas somente do nervo ulnar. Na forma Neurogênica Inespecífica o exame não tem alterações significativas.

A radiografia simples pode ser útil para o diagnóstico de costela cervical, megapófise da sétima vértebra ou alterações da primeira costela, que podem ser a causa do quadro.

Tratamento

O tratamento inclui orientações sobre postura e evitar atividades que desencadeiem o quadro, analgesicos e fisioterapia. Na fisioterapia o foco se dá no alongamento, correção de postura e do padrão respiratório, com ênfase no uso do diafragma, o que pode corrigir um padrão respiratório inadequado que causa redução do espaço entre a primeira costela e a clavícula. 50 a 90% dos pacientes melhoram com o tratamento conservador. Pacientes com fibromialgia e depressão são mais resistentes ao tratamento.

Nos casos Vasculares ou Neurogênica Clássica com comprometimento motor está indicada cirurgia. A cirurgia para os casos da forma Neurogênica Inespecífica deve ser a última opção, após esgotadas as possibilidades de tratamento conservador e discutido detalhadamente com o paciente a cirurgia e possíveis resultados.

Neurocirurgião - Prof. Dr. Eberval Gadelha Figueiredo

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Eberval Gadelha Figueiredo, Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (2021-2022), Diretor de Relações Internacionais (2023-2024), neurocirurgião formado pela Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo (USP). Tem especialização em Microcirurgia no Barrow Neurological Institute, EUA. Doutorado (PhD) em Neurocirurgia pela Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo. Chefe do Grupo de Neurocirurgia vascular da Divisão de Clínica Neurocirúrgica do HCFMUSP. Supervisor da Divisão de Clínica Neurocirúrgica do HCFMUP (2007-2013). Professor de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo desde 2013. Coordenador da Residência medica em Neurocirurgia do HCFMUSP (2013-2015). Coordenador da Pós Graduação do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (2015- 2019). Coordenador do Instituto do Cancer de São Paulo (ICESP). Editor Chefe do Brazilian Neurosurgery, revista cientifica oficial da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia desde 2011. Membro Associado da Harvard Medical School e Harvard University Alumni. Tem experiência na área em Neurocirurgia, atuando principalmente nos seguintes temas: neurocirurgia minimamente invasiva, tumores cerebrais, coluna vertebral, hipófise, neurotraumatologia, aneurismas, hidrocefalia, malformações e cirurgia de base do crânio. Tem vários artigos publicados em revistas internacionais e livros publicados no Brasil e no exterior. É palestrante em inúmeros congressos nacionais e internacionais.

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